As cartas que eu não mando...

14/02/2012

Pingue - Pongue

Se me fizessem uma entrevista, hoje eu responderia isso:

Nome? - Vanessa
Trabalho? - Voluntário; matar aranhas.
Comida Favorita? - De dentro da geladeira.
Casa? - Desinfetada.
Que animal você mais odeia? - Aranha
E qual mais gosta gosta? - Cobra. Porque comem as aranhas.
Música? - "Minha cobra quer comer sua aranha..."
Hobbies? - Chinelada nas aranhas.
O que mais te irrita? - Hm... Aranhas?
O que mais te alegra? - Ver aranhas sendo massacradas, perninha por perninha.
Se pudesse voltar ao passado, você faria...? - Mataria todas as aranhas que deixei escapar.
Planos para o futuro? - Sim. Montar uma dedetizadora.
Sonho? - A extinção da espécie dos aracnídeos.
O que você gostaria de falar para as pessoas? - Matem as aranhas.

09/12/2011


Só há quatro perguntas de valor na vida:
O que é sagrado?
De que é feito o espírito?
Pelo que vale a pena viver?
E pelo que vale a pena morrer?
A resposta para todas é a mesma:
Somente o Amor.

05/12/2011

Time!

Muito tempo sem postar nada aqui...
Talvez um ano para deletar do calendário, ou não.
Frustrações são inevitáveis, basta sabermos colocar valor nos momentos certos.
Tudo está sempre certo, Deus não faz nada acontecer por acaso, há sempre uma razão.
Depois de um tempo elas aparecem e o nebuloso se abre. Tudo faz sentido. Grata por acordar mais um dia! Grata! E é o que vale!
Novidades... Sem altos e baixos, não gosto disso, odeio normose, e sei que só depende de mim, então estou me puxando! hehehe
Joelhos detonados! Os dois! :) Assim que recuperar, volto pra correria que gosto.

01/06/2011

(Des) esperanças.


A menina só espera alguém. Alguém que não tenha todos os requisitos inventados por ela e que não planeje o encontro dos dois. Que deixe de lado os números e os nomes, os sapatos e os paletós, as formas e as faces. Um alguém meio bobo que, com seus dotes medicinais, cuide de seus calos e incisões.
A menina não quer somente flores e amores. Ela aspira solidões, asfixias e arranhões. Não quer mais saber de moderação e equilíbrio, ela quer embriagar-se com a última gota do copo e encarar, sem maquiagem, a ressaca do dia seguinte.
Já não existe medo, anelo, vontade ou expectativa.
A menina só espera alguém que não a espere, nem se desespere. Espera um sopro que venha de repente, aquecendo-lhe a alma, sem antecedentes. Feito poetas e a lua, que tenha as suas fases. Mas que não seja sonhado, idealizado, ponderado nem poetizado. Que seja real e doce, como aquele texto do Caio.
Ela tem medo sim, tem vontade, anelo e expectativa.
Aquela menina tem um mundo inteiro no olhar e um jeito estranho de esperar. E espera, não por qualquer um, mas por alguém.
Pensando bem, a menina não espera mais nada. Nem se desespera.
Perdeu o gesto, o jeito, o prumo. Perdeu-se, e não espera encontrar-se mais. Desistiu dos olhos, dos brilhos, do lábios.
A menina cansou da esperança, da discrepância, da ânsia.
Ela agora só espera um amor que transborde pelos olhos e inunde o coração, enchendo-a de um sentimento imperfeito, pseudolivre e completamente desajeitado.

Autora: Cleice Souza

31/05/2011

Eu escrevo porque hoje faltou luz e consegui enxergar. Porque ao perder a claridade dos olhos, quase me perco toda. Eu e o amor, que me vinha descendo pelo rosto.
Hoje eu dancei, e o suor que caía por meu corpo também exalava amor.
E eu, suada e cega, percebi que a maior parte dos desencontros acontecem por conta da miopia interna resultante do olhar negligente. E que o amor não é coisa de um lugar só, de um instante só.
Amor, decidi hoje, é o que fica no ar depois de uma noite escura de descompassadas danças.

Autora: Cleice Souza

23/05/2011

DA MINHA PRECOCE NOSTALGIA

Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo,

me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de vinho do Porto, dizer a minha neta:
- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado.

Tenho umas coisas pra te contar.
E assim, dizer apontando o indicador para o alto:
- O nome disso não é conselho, isso se chama corroboração!
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões.

E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis, a pele mole e os cabelos brancos,

minha alma é o que me resta saudável e forte.
Por isso, vou colocar mais ou menos assim:
É preciso coragem para ser feliz. Seja valente.
Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão.
E satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação.
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer,

mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você.
Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim.

Aproveite sua casa, mas vá a Fernando de Noronha, Rio de Janeiro, a Barcelona e a Austrália.

Cuide bem dos seus dentes.
Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro.
Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito..."
Tenha uma vida rica de vida.
Vai que o carteiro ganhe na loteria - tudo é possível, e o futuro é imprevisível.
Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela.
Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor.
E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável.

Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários.
Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status.
A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco!
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução,

sugere que você procure alguém diferente de você. Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão.

É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão. Preste atenção nas atitudes e não nas palavras de uma pessoa.
Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. Leia.
Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim.
Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão.
Cultive os amigos. Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas mais raras de amor.
Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.
Era só isso minha querida. Agora é a sua vez. Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você?



(Autor: Maria Sanz Martins)

18/04/2011



Deve ser a leveza do Outono... acho que nossas folhas velhas estão caindo...